O relativismo no jardim do Éden
O relativismo principiou no Éden com uma sucessão de atitudes de claudicação, de falta de firmeza perante uma excepção divina, que longe de introduzir mal-estar no seio da humanidade, pelo contrário a beneficiava para a Vida. A ordem de Deus foi clara: «De toda as árvores do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás».(1) O efeito da desobediência foi revestido também de clareza: -«porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás ».
A relativização iniciou-se na argumentação do Diabo, que julgou dessacralizar, ou «des-absolutizar» as palavas de Deus. Todas as formas de ordem poderiam ser ultrapassadas, desde que se pudesse condicionar tais ordens a uma contextualização. Assim, esse primeiro relativismo influenciou o comportamento da mulher e do homem, levando ambos a transgredir. Os argumentos de Satanás, que vamos procurar ver em linguagem actual (2), são extremamente sedutores. - «É verdade que Deus disse », e a relativização da verdade divina em relação a um simples gesto quotidiano - comer ou não comer, usar ou não usar - começou aqui. O aceitar essa verdade e contextualizá-la de acordo com nosso pensamento e conveniência. Também o colocar na boca de Deus palavras que Ele não disse. Esta é uma atitude moderna. - «... Que não deviam comer de nenhuma das árvores do jardim? » O chamado diálogo dos diferentes quando não se possui convicções enraízadas ou se conhece mal os conteúdos pode ser (é) prejudicial. E os relativismos de hoje e o pós-moderno propõem muito este tipo de diálogo. -«Não. Nós podemos comer a fruta de todas as árvores do jardim », disse Eva. -«Só da árvore que está no meio é que não devemos comer. Dessa é que Deus disse que não devíamos comer e nem sequer tocar-lhe, senão morreríamos.»
A verdade revelada serviu ao Diabo para rebaixar uma afirmação de fé ao nível da mera metáfora e da história, construindo uma falsa ponte entre estas e a afirmação de fé através da dúvida.
-« Isso não é verdade. Não morrem nada ! »
Estabeleceu-se deste modo o primeiro relativismo, permitindo pensar que nada é certo, nem fixo, que as palavras divinas não eram um absoluto, mas qualquer coisa que poderia ser alterada de acordo com os desejos do próprio ego humano.
Não satisfeito com o lançar a semente da dúvida, dir-se-ia que pretendeu criar um sistema filosófico em que o reducionismo da divindade aos meros sentimentos humanos era já uma pedra basilar do agnosticismo e do ateísmo. - «Deus sabe muito bem que no mesmo instante em que comerem esse fruto os vossos olhos se hão-de abrir, e serão capazes de distinguir o bem do mal.» Versões tradicionais e mais antigas da Bíblia de Almeida dizem: «Sereis como Deus », algo que o Diabo sabia ser impossível por experiência, quando o orgulho o cegou, e que veio lançá-lo no abismo.
A relativização iniciou-se na argumentação do Diabo, que julgou dessacralizar, ou «des-absolutizar» as palavas de Deus. Todas as formas de ordem poderiam ser ultrapassadas, desde que se pudesse condicionar tais ordens a uma contextualização. Assim, esse primeiro relativismo influenciou o comportamento da mulher e do homem, levando ambos a transgredir. Os argumentos de Satanás, que vamos procurar ver em linguagem actual (2), são extremamente sedutores. - «É verdade que Deus disse », e a relativização da verdade divina em relação a um simples gesto quotidiano - comer ou não comer, usar ou não usar - começou aqui. O aceitar essa verdade e contextualizá-la de acordo com nosso pensamento e conveniência. Também o colocar na boca de Deus palavras que Ele não disse. Esta é uma atitude moderna. - «... Que não deviam comer de nenhuma das árvores do jardim? » O chamado diálogo dos diferentes quando não se possui convicções enraízadas ou se conhece mal os conteúdos pode ser (é) prejudicial. E os relativismos de hoje e o pós-moderno propõem muito este tipo de diálogo. -«Não. Nós podemos comer a fruta de todas as árvores do jardim », disse Eva. -«Só da árvore que está no meio é que não devemos comer. Dessa é que Deus disse que não devíamos comer e nem sequer tocar-lhe, senão morreríamos.»
A verdade revelada serviu ao Diabo para rebaixar uma afirmação de fé ao nível da mera metáfora e da história, construindo uma falsa ponte entre estas e a afirmação de fé através da dúvida.
-« Isso não é verdade. Não morrem nada ! »
Estabeleceu-se deste modo o primeiro relativismo, permitindo pensar que nada é certo, nem fixo, que as palavras divinas não eram um absoluto, mas qualquer coisa que poderia ser alterada de acordo com os desejos do próprio ego humano.
Não satisfeito com o lançar a semente da dúvida, dir-se-ia que pretendeu criar um sistema filosófico em que o reducionismo da divindade aos meros sentimentos humanos era já uma pedra basilar do agnosticismo e do ateísmo. - «Deus sabe muito bem que no mesmo instante em que comerem esse fruto os vossos olhos se hão-de abrir, e serão capazes de distinguir o bem do mal.» Versões tradicionais e mais antigas da Bíblia de Almeida dizem: «Sereis como Deus », algo que o Diabo sabia ser impossível por experiência, quando o orgulho o cegou, e que veio lançá-lo no abismo.
Um exemplo de relativismo
No final dos anos 90, um pensamento teológico, oriundo da Grã-Bretanha, espalhou-se provocativamente.
Assentes na então exígua obra de uma professora argentina de ética cristã, Marcella Althaus-Reid, as suas lições na Universidade de Edimburgo reclamavam por uma «teologia sem roupas íntimas». O que a autora queria dizer com isto, é que se deve contestar por exemplo o que chama «a ideologia heterossexual» da Bíblia, procurando lançar na opinião pública um «Deus de muitas faces», para todos e todas as orientações, sejam elas quais forem, o que se nos afigura um novo panteísmo, neste caso ético-moral. É o pós-modernismo, são as interpretações modernas sobre Deus e a Sua Palavra, e de preferência tudo quanto O provoque.
Os relativismos hoje
O papa Bento XVI, com o mesmo estilo indefectível do ex- cardeal Joseph Ratzinger, tem vindo a alertar para os relativismos, chamando-lhe no contexto actual «a ditadura do relativismo» que está a dominar nas categorias do filosófico e da moralidade. Ser levado por qualquer vento de doutrina, parece ser a atitude dos tempos modernos.
Poucas horas antes de ser eleito, o cardeal Ratzinger afirmou o que nós, evangélicos, também subscrevemos, que «é necessário defender uma fé clara», o que definitivamente é o oposto do relativismo religioso.
Tais relativismos, contra os quais também os evangélicos se batem, vêm introduzindo no mercado das ideias e das atitudes éticas, que tudo pode ser alterado por circunstâncias mais favoráveis, que a moral é transitória, do aborto às díspares orientações sexuais, que tudo possui igual valor, que tudo é aceitável. Mas não é.
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