A poesia pode iluminar a escuridão de Auschwitz
Auschwitz
Poema de Brissos Lino
Os gritos, o medo
a força da vida
nos barracões de Auschwitz
metralhadoras miram
corpos nús
homens e mulheres
velhos
crianças
quatro milhões de inocentes
no espanto da igualdade
russos, judeus e polacos
franceses e outros
metralha e “Zyclon B”
a besta nazi rumina
vinte mil mortes por dia
nas câmaras de Auschwitz
toneladas de cabelo
milhares de óculos
roupas
dentes postiços
brinquedos e chupetas
o stock ignominioso
da besta
satanás desmascarado
no carnaval carioca
da morte
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o céu é cinzento e húmido
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o céu é cinzento e húmido
hoje
em Auschwitz.
In “Salmo Presente”, IEC, Setúbal, 1996
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