O episódio bíblico-histórico de Gideão já originou um importante movimento evangélico à escala mundial. O paradigma foi, sem dúvida, a selecção tendo em vista uma determinada tarefa. Os Gideões Internacionais, como são conhecidos, seleccionados entre as diversas igrejas, desenvolvem, assim, um ministério nobre de espalhar o Livro de Deus em hotéis, escolas, hospitais, etc.
Mas a proposta fundacional daquela personagem do Velho Testamento aprofunda e desencadeia outros pensamentos e outras hermenêuticas. Porventura uma das mais aliciantes abordagens, será no âmbito da semiologia, digamos assim, dos objectos usados por Gideão.
Ao lermos o texto bíblico que narra a preparação da batalha contra os medianitas, cingimo-nos exclusivamente a que se trata de um episódio de passagem,
Não devemos, no entanto, ignorar que existe, designadamente no episódio «Gideão, com trezentos homens, vence os medianitas», uma narratividade literária que estrutura o alcance teológico do ensino de Deus ao seu povo, numa circunstância adversa e de crise. Convém colocar em paralelo em todo texto, o assombro da grande literatura, a imaginação, e uma linguagem. Numa palavra, a língua comunictiva de Iavé, o próprio dizer de Deus à conversa com Gideão.
O filósofo e linguista George Steiner justificou no seu livro «Depois de Babel » a capacidade por parte do homem entender a língua de Deus, no Paraíso, pela existência de uma sintaxe divina, que ao longo da história do relacionamento de Deus com os patriarcas, profetas, sumo-sacerdotes, reis no Velho Testamento, se foi manifestando até à encarnação do Verbo. E assim dos Apóstolos até ao crente mais simples na Igreja de Cristo.
no Portal Evangélico da AEP
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