Wednesday, February 22, 2006

Ausência de diálogo na família


Desconversável

a partir da peça «Paisagem», de Harold Pinter

Gostava de estar ao pé do mar.
É ali, diz ela-
O cão foi-se. Não te disse, disse ele.-
Areia nos braços dele, disse ela-
Voavam por ali, numa agitação, disse ele-
Na cozinha
da casa de campo, sentados
ambos, afastam-se
o mais possível
até ao fim
da tarde, as
frases.

Thursday, February 16, 2006

Poesia:

Gideão

Livro de Juízes, cap.7


As tochas, o ar
a arder, a rosa
laranja

do lume,

o silêncio, soprado
nas trombetas
o ruído,

trezentos homens
derramando
cântaros, os

pedaços no chão.

Conferência

Das Actividades Sócio-Profissionais da ASPEC(Associação de Profissionais e Empresários Cristãos), entre Janeiro e Abril 2006, extraímos, da 2ª Semana, o seguinte evento:

Conferência «Referentes do Cristianismo nos Ateísmos de Alberto Camus», com o Poeta João Tomaz Parreira, 27 de Março, 21:00 h, Auditório da Aliança Evangélica Portuguesa, Lisboa.

Tuesday, February 14, 2006

Os «cartoons» banidos









A Cartoon Network nunca endossou o uso de «cartoons» como ofensa racial. Aqueles que criou, representaram apenas uma perspectiva histórica. Facilmente o «cartoon» infantil, à esquerda, poderia ser interpretado como uma ofensa aos africanos, aos indígenas.
Os doze «cartoons» que o jornal dinamarquês Jyllands-Posten publicou «contra» o profeta Maomé, vieram colocar-se na primeira linha do confronto entre o Islão e o Cristianismo - pretendem alguns-, entendem -outros- que se trata de um aproveitamento político e estratégico para relançar, institucionalmente, um confronto civilizacional.
As coisas nesta agenda, que se tornou já global, das ofensas ao profeta, tendem a tornar-se muito complicadas. De facto, o Islão defende bem o que são os seus valores sagrados. Pena é que, embora com outros métodos, os cristãos não defendam, com o rigor da palavra e da repulsa, «cartoons» e anedotas que ofendem os mesmos valores do sagrado cristão.
Um diário francês, numa atitude provocatória, afirmava mesmo que, sim, Deus podia ser satirizado, em nome da liberdade de expressão.
Existem valores que não devem ser ultrapassados, que estão num território do Absoluto, para além do qual não se deve passar calçado, isto é, com desrespeito.

Monday, February 13, 2006

Às portas do Santuário

As portas do santuário de Fátima não apelam nem podem apelar nunca aos Evangélicos.
Não pela sua monumental arquitectura de lugar corporativo, em relação à simplicidade de outros templos e casas de culto protestantes, mas pelo que ele representa em termos de um dogma que não é teológico.
Há hoje na agenda religiosa do nosso país, ainda os efeitos da polémica abertura do santuário a outras confissões religiosas à qual os Evangélicos portugueses têm que ser alheios, pela História e pela própria Doutrina dos Apóstolos.
A verdade é que o santuário de Fátima está assente sobre um algo que está errado, dogmática e evangelicamente, até nos seus próprios fundamentos, causando aos seus próprios criadores estranheza. Há aproximadamente dois anos, um editorial do órgão oficial do santuário escrevia que «ainda hoje é difícil de explicar como é que a mensagem de Fátima irradiou para o mundo inteiro, tão longe e tão cedo.(...) Tão cedo, ainda antes de se dispor destes meios actuais de comunicação, praticamente instantânea, que está a trazer problemas muito sérios à pobre capacidade do nosso cérebro.»

Carta de Lucius Mota


S.Paulo,2/2/2004

«Caríssimo Irmão,
envio finalmente «nosso» Kaddish. As fortes palavras do poema me levaram a escrever uma obra dramática, torturada. Para mim é um grande prazer trabalhar com seus textos.
Cordial e sinceramente,
Lucius Mota »

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XVI Bienal de Música Brasileira Contemporânea
11 de Novembro, sexta-feira, às 19h
Sala Cecília Meireles,
Rio de Janeiro:

Lúcius Mota
***Três canções, em estreia mundial, sendo uma delas, Kaddish por meu filho Absalão,
Marcelo Coutinho, tenor; Maria Spoladore, piano.