Comentário postado no Público on line
21.01.2009 - 13h02 - João Tomaz Parreira, Aveiro/Portugal
Lembro-me ainda que em Novembro de 1960, estava no Posto Médico da Senhora da Hora, Porto, com a minha mãe, grávida da minha irmã. Ouvi que ganhara a Presidência na América John Kennedy. Depois, até 1963 fui acompanhando conforme os meus 14,15,16 anos permitiam, toda a acção do meu Ídolo: Kennedy, até ao fatídico dia 22 de Novembro. Hoje, com 61 anos, volto a ter um paradigma, talvez mais: no nosso século XXI, tenho e o Mundo também, um Arquétipo em Barack Obama. O seu discurso inclusivo, a sua belíssma retórica identificativa, implica-nos a todos. Com Obama todos somos nós.
1 comment:
Caríssimo João Tomaz,
Toda a correcção e esclarecimento são bem-vindos.
Mas posso dizer que entendera as diferentes intenções da utilização do termo "ídolo" por ti, tanto quanto são diferentes os tempos da adolescência e do início da terceira idade. Entendi que Kennedy fora um ídolo para ti, e que hoje o apreço por Obama resulte da apreciação e avaliação de pessoas e acontecimentos.
Quanto à ironia no último verso, não fora para mim óbvia inicialmente, pois fizera apenas uma leitura rápida do poema. E que haja "alguma ironia". Será a ironia de quem já viveu uns anos largos e aprendeu a conhecer o humano. Um tempero resultante da experiência. Todavia com esperança, pois sabe que esta tem razões e sabe em quem a colocar, Aquele que é infalível. E sabe, comedida e lucidamente, que mesmo assim, ainda pode colocar alguma esperança no humano. Que esta é limitada porque colocada no humano, mas sabe que há homens mais bem formados e educados do que outros, sejam ou não nascidos de novo, e que de tais homens é justificável esperar urbanidade, cortesia e generosidade, uma herança mais positiva. Dirigidos pela "graça comum".
Por isso é expectável esperar mais tudo isto de Obama do que de Bush. Que deixe a América e o mundo melhor em algumas coisas (não perfeitos, porque isso só Cristo em nós) — já será excelente e motivo de gratidão. Por isso Paulo ensinou que deveríamos orar pelos líderes.
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