"Não vou falar do Natal, mas das coisas que acontecem à volta do Natal. Acho que, de todas as épocas, esta será a mais consensual no mundo cristão, seja qual for a confissão, embora nem sempre pelas mesmas razões, ou pelas melhores razões, para todos. Tenho, confessadamente, um problema com a forma como se celebra actualmente o natal; um problema que entronca na minha memória de infância sobre a época. Já o disse noutras ocasiões e circunstâncias, mas volto a repetir: estou divorciado do natal, deste natal feérico, de exposição mediática e intrusão mercantilista. Deste frenesi consumista fora e dentro de casa. Talvez por isso, já tenha alguma dificuldade em ouvir as músicas de natal que ecoam por tudo o que é sítio ao ritmo de papel de embrulho e laçarotes a metro. Ouço pessoas a desejarem-se constantemente "bom natal" ou "feliz natal" e lembro-me de como em criança eu gritava para dentro de poços secos de água para ouvir o retorno da minha voz devolvida pelo vazio do profundo."
Artigo up to date de Jacinto Lourenço, para ler na íntegra Aqui
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