Implicações Teológicas
A chamada «nova História de Israel» (4) na sua essência e exposição não só evidencia a falta de Fé nas Escrituras, como parece desvirtuar a história do Holocausto. Os novos historiadores israelitas afirmam «reconhecer» que os judeus expoliaram os palestinianos da terra destes e que a Shoah diz antes que Israel abandonou as vítimas do extermínio nazi para usar os sobreviventes «como arma política para construir um Estado». Todavia o profeta Zacarias realiza nas suas palavras declarativas, da parte de Deus, uma visão de um Israel e de uma Jerusalém atractivos de todos os povos, os quais «pegarão, sim, na orla da veste de um judeu, e lhe dirão: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco» (Zc 8,23) Na obstante a centralidade de Israel nos planos divinos, na dispensação milenial, o «pathos» teológico que recaiu e impende ainda sobre o povo judeu está, sem dúvida, nas suas próprias palavras pronunciadas uma tarde, na emotividade inapropriada da voz popular: «Caia sobre nós o seu sangue( de Cristo), e sobre nossos filhos!» (Mt 27,25) E estas figuras simbólicas judaicas têm o peso eterno que têm e a que se não pode fugir.
A chamada «nova História de Israel» (4) na sua essência e exposição não só evidencia a falta de Fé nas Escrituras, como parece desvirtuar a história do Holocausto. Os novos historiadores israelitas afirmam «reconhecer» que os judeus expoliaram os palestinianos da terra destes e que a Shoah diz antes que Israel abandonou as vítimas do extermínio nazi para usar os sobreviventes «como arma política para construir um Estado». Todavia o profeta Zacarias realiza nas suas palavras declarativas, da parte de Deus, uma visão de um Israel e de uma Jerusalém atractivos de todos os povos, os quais «pegarão, sim, na orla da veste de um judeu, e lhe dirão: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco» (Zc 8,23) Na obstante a centralidade de Israel nos planos divinos, na dispensação milenial, o «pathos» teológico que recaiu e impende ainda sobre o povo judeu está, sem dúvida, nas suas próprias palavras pronunciadas uma tarde, na emotividade inapropriada da voz popular: «Caia sobre nós o seu sangue( de Cristo), e sobre nossos filhos!» (Mt 27,25) E estas figuras simbólicas judaicas têm o peso eterno que têm e a que se não pode fugir.
Não à Poesia depois de Auschwitz
O que possa representar um impedimento psicológico ao trabalho estético de escrever um poema, de uma forma geral o que possa ser um entrave à Literatura, os acontecimentos terríveis que tiveram lugar em Auschwitz, foi sem dúvida o célebre pronunciamento de Theodor W. Adorno que o gerou. Ele afirmou que “escrever um poema após Auschwitz é um acto bárbaro, e isso corrói até mesmo o conhecimento de porque se tornou impossível escrever poemas.” ( 5 ) O genocídio dos milhões de judeus em Auschwitz, segundo Adorno, corrompeu a humanidade, podendo até detectar-se na sua frase que é terrível também outra coisa - o esquecimento – se este ocorrer- da razão pela qual a Poesia «ficou» interdita. É óbvio que não se pode ir tão longe nesta espécie de pessimismo nihilista quanto ao lugar da Arte Poética no Século XX após-campos de extermínio nazi e neste Século XXI. Em defesa da Poesia após-Auschwitz, quer dizer como arte profunda também da memória, a poética servirá como a arte de não esquecer o Holocausto. Uma relação dramática com esta triste catástrofe ( que o hebraico chama Shoah), está justamente na grande poesia de Paul Celan, filho de judeus-alemães exterminados naquele Campo de Morte, no poema Fuga da Morte, onde se lê estes pungentes versos: E grita toquem mais doce a música da morte a morte é um mestre que veio da Alemanha grita arraquem tons mais escuros dos violinos depois feitos fumos subireis aos céus e tereis um túmulo nas nuvens aí não ficamos apertados.(6 ) Celan sabia disso, assim como a grande poeta Nobel da Literatura Nelly Sachs, também judia, que escreveu em 1946 estes versos carregados de um pathos comovedor : Oh as chaminés sobre as moradas da morte engenhosamente inventadas, quando o corpo de Israel desfeito em fumo partiu pelo ar – como limpa-chaminés uma estrela o recebeu. (7) Primo Levi, outro grandíssimo poeta judeu italiano, perguntava no seu hebraico Shemà, Considerate se questo è un uomo Considerate se questa è una donna Senza capelli e senza nome (8). Este poeta a par do filósofo Adorno foi dos escritores mais pessimistas e sem esperança no homem, no que concerne à memória do extermínio nazi, pois escreveu no início do poema A Estrela Negra «Nenhum canto mais de amor nem de guerra.» A memória do Holocausto, do extermínio de 6 milhões de judeus na década de 40, continuará a caminhar descalça, silenciosa mas ininterruptamente, sem sapatos, sem a areia do Sinai, que foi espalhada quando tiveram que se erguer nus perante a morte.
(1)-Arte e Mito, Livros do Brasil, pág.76; (2)-Introdução à História, Europa-America, págs.31/2; (3)- Clássicos Sá da Costa, António Sérgio, págs.98; (4)- Courier Internacional, nº160, 6/2009, págs. 72-84; (5)-Minima Memoralia, Ática,S.Paulo, pág.26; (6)-Sete rosas mais tarde, Cotovia, trad.J.Barrento, pág.17; (7)- Poemas de Nelly Sachs, Portugália, trad.P.Quintela, pág.6; (8)-Antologia della poesia italiana, Tomo Secondo, Tascabili, págs.872/881.
1 comment:
Como não fazer poesia?
Como aprender a ter fé?
A humanidade perdeu sua inocência, mas a barbárie sempre esteve em nós.
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