Já não volto a dizer
“deves”
quem sou eu para empurrar
escada acima
fardos alheios
com palavras doces
penduradas em lojas
de conveniência?
Curvo-me perante todas essas
vidas tremidas
perdidas no templo
que é o mundo
os náufragos da espécie
com seus olhos grandes
e húmidos
à espera que certa manhã acorde
dentro do peito
e a luz suave e fresca da aurora
consiga romper
por detrás de uns olhos
mortiços.
21/7/10
(Brissos Lino)
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