Monday, January 07, 2013

"A MENSAGEM", de Eugene H. Petersen





Ele ( Jesus Cristo) respondeu: "Minha querida Marta, você está fazendo tempestade em copo d'água. está se preocupando à toa. Só uma coisa importa e Maria a escolheu. É o prato principal. Não vou tirar isso dela".
(Lucas 10:38-42 - paráfrase "A mensagem", Eugene H. Peterson, Editora Vida)

Não discuto o valor das paráfrases desta mensagem, da Bíblia com uma linguagem do quotidiano, procuro apenas uma contextualização semântica e semiológica e não consigo encontrá-la; que me perdoem os cultores e apreciadores, mas na linguagem aramaica em uso por Jesus, a expressão "tempestade em copo d'água" não existiria porque não fazia sentido, linguisticamente.

Ao ler "A Mensagem", sinto-me como um leitor de uma tradução em paráfrases dos textos originais de Shakespeare.
Possuindo o louvável desejo de modernizar e clarificar a Mensagem, torna-se a mesma difusa, porque não há contextualizações que lhe resistam.

Este tipo de traduções, geralmente para "português" do Brasil, de originalidades pseudo-literárias norte-americanas, sobretudo não têm em conta o que Mikhail Bakhtin ensinou sobre dialogia e harmonia intrínseca no texto dos diálogos. Jesus Cristo nunca dialogaria daquela forma sugerida, nem de outra próxima de um "jargão" inconcebível, porque desconhecido na época, e sem dignidade.

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