À espera do Amado
como uma casa que espera
um ladrão gentil
que saltará
na casa
como um perfume
Ele verá esta
pálida
casa
Ele tomará
este bocado
de nada
Ele moverá meus pensamentos
dobrará as sombras
das coisas ignóbeis.
Papéis com apontamentos de um percurso de cinquenta anos de pensamento evangélico, desde 1964. Este Blog não respeita o Acordo Ortográfico
Tuesday, October 30, 2007
Saturday, October 20, 2007
"Jovem Cristão", Outubro de 1987
Artigo publicado in nº 27, revista da CPAD, Brasil
POESIA
UM OUTRO ADEUS PORTUGUÊS
"e como um adolescente tropeço de ternura
por ti"
Alexandre O'Neill
Dentro dos meus olhos uma outra
forma de olhar
suporta a tua dor,
amparo-te na escada fluvial
que te traz ao dia,
no cais onde acostam
tuas sonâmbulas palavras
mais uma puríssima manhã
que deverias tratar
com o leite corporal
róseo da perpétua aurora
não podemos ficar nesta curva
entre sonhos de uma rosa enorme
que deixa o lirismo
a contas, indeciso com o mais
lancinante espinho.
6-1-2007
Wednesday, October 10, 2007
Senhor Lázaro
Dying / Is an art, like everything else.
Sylvia Plath
Está sentado na porta ancestral
De onde seus olhos
Comem os sonhos de pobre
Não podem saltar
No mundo
As suas pernas
Os seus olhos
Cansados
Lêem o Livro de Job.
Sylvia Plath
Está sentado na porta ancestral
De onde seus olhos
Comem os sonhos de pobre
Não podem saltar
No mundo
As suas pernas
Os seus olhos
Cansados
Lêem o Livro de Job.
Saturday, October 06, 2007
Um Cigarro
Friday, October 05, 2007
Thursday, October 04, 2007
A Construção da Dor
A preservação da memória nada tem de virtual no Museu do Holocausto, em Jerusalém.
O chamado Yad Vashem é um memorial do povo Judeu aos seus seis milhões de mortos, na Solução Final da Questão Judaica.
O monte onde foi edificado em 1953 e está instalado até hoje o museu «dos heróis e vítimas do holocausto judeu», o Yad Vachem, é uma montanha documental.
Ao designar-se como Monte da Comemoração, sublinha, toponimicamente, não apenas a lembrança do passado, como uma catarse continuada, mas também «o labor para educar os jovens no sentido de que não esqueçam o que sucedeu durante a Segunda Guerra Mundial e a solução final orquestrada por Adolfo Hitler» - afirmou recentemente a chefe da diplomacia israelense, a senhora Tzipi Livni.
Sem dúvida que recordação é o vocábulo central, cuja semântica toca, psicologicamente, o vazio deixado por seis milhões de mortos, a chama física do lume que ilumina os nomes dos 21 campos de extermínio nazis, a escrita em basalto negro, a crueldade sistematizada num programa de extermínio, os testemunhos de 62 milhões de documentos, as 267.500 fotografias, os milhares de vídeos com a palavra testemunhal de sobreviventes desse período que escureceu a identidade da Europa.
Tudo isso é o Museu do Holocausto, ao qual foi atribuído, no passado mês de Setembro, o prestigiado Prémio Princípe de Astúrias, na categoria de Concórdia.
Mesmo que não possamos visitá-lo, que façamos apenas uma visita virtual no sítio www.yadvashem.org, a verdade é que a dimensão da tragédia, a construção da dor, o trauma continuado nos valores e na cultura ocidental, desde as décadas de 30-40 do século passado, se mantêm como uma «depressão» na alma europeia contemporânea.
Livros, filmes, documentários passam transversalmente por todo o mundo, e não será hiperbólico falar de «chama eterna» da memória desses factos terríveis, que ganharam uma dimensão trágica -estudada hoje nestes termos - nos domínios da estética, da ética, da biologia e da religião.
E a notícia do Prémio Princípe de Asturias atribuído ao museu israelense sublimou tudo o que ao longo destes mais de 60 anos se tem levado ao conhecimento dos homens, a nível planetário. O director da instituição, Avner Shalev, considerou mesmo que tal galardão «é vital à existência deste museu para que as gerações futuras não olvidem o passado e a crueldade da Alemanha Nazi.»
Texto que pode ser lido na íntegra em www.portalevangelico.pt
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