Papéis com apontamentos de um percurso de cinquenta anos de pensamento evangélico, desde 1964. Este Blog não respeita o Acordo Ortográfico
Saturday, May 31, 2008
Uma Parábola
(Quadro de Jean -François Millet)
Lembra-te dessa mulher
que arrancou com coragem
à escuridão do pó
uma moeda simples, única
mesmo diante das outras
-que eram nove.
Quando varria
não eram os seus passos
que ouvia, porque voava
sobre o chão da cozinha
seus olhos submergiam
no território onde nada
tem alma, e o chão
nunca lhe fugiu debaixo
dos seus pés.
31-5-2008
Tuesday, May 27, 2008
A luz de Paris
Monday, May 26, 2008
Vagabundos
atrás do outro, os olhos
humilhados onde passam
conhecem só
o calor húmido do chão
e as formas de uma nuvem
que o ímpeto das águas
rompe de repente
Hoje como ontem
o sol sobre os ombros
um dia após o outro
ligados ao fundo
por estrelas
nos celestes caminhos
A noite vem deitar os corpos
nos sonhos aguardados
no coração dos andarilhos
com paciência, a treva
que vem voando cega.
Tuesday, May 20, 2008
Monday, May 19, 2008
Um novo Salmo 121
Não há montanhas intransponíveis
os socalcos da vida abrem
oportunidades diversas
à transposição dos espaços e dos medos
o verde é que nos guia
em direcção a uma nuvem baixa
chamada Esperança
no aconchego do azul.
Palmela, Maio de 2008
(© Brissos Lino)
Saturday, May 17, 2008
Monday, May 12, 2008
Monday, May 05, 2008
Arte Musical
Pássaros acendem raios
multicolores, sob os dedos de David
Pendem flores da mesa
na presença dos inimigos
e nos lábios os cálices
transbordam
Pastor de cordas no vento
quando os seus dedos tocam
até que à harpa regressem
os silêncios.
28-4-2008
Aparição
Friday, May 02, 2008
Portal Evangélico
Aqui no Portal da Aliança Evangélica
O modo de tratar os judeus na literatura da Idade Média não poderia ter em conta a teologia do apóstolo Paulo, designadamente a Carta aos Romanos (1). As epístolas, afinal toda a Bíblia Sagrada, não desfrutavam de grande hospitalidade nos cenáculos medievais.
As realidades sociológicas e os conceitos religiosos, é verdade que mudaram desde o século XIII até aos nossos dias, no que concerne ao tratamento do problema judaico.
Nos Lusíadas (III,72), Luís de Camões vê, apesar de todo um anti-semitismo prevalecente, a «Judeia, que um Deus adora e ama», salvando a relevância desse monoteísmo, não deixando de citar porém do ponto de vista do carácter, um «amor nefando», incestuoso, de Amnom, filho de David, no Canto IX, estância 34. Iludíamo-nos se pensássemos que uma palavra como Renascimento, apesar de todo o humanismo, depois da Idade Média viria a salvar os judeus.
Mas estigmas vários afloram na literatura medieval e vêm proporcionar hoje uma análise das atitudes para com os judeus. (...)