"Mas como não acreditaste no que te disse, vais ficar mudo, sem poder falar, até ao dia em que isso acontecer, pois tudo se realizará no tempo devido.”
Evangelho de Lucas 1:20 (versão A Bíblia para todos, p. 2'44)
Para mãos que trabalham
sem uma língua treinada
o silêncio pode ser de ouro
ou de chumbo maciço
Porém, esse silêncio ainda fala
ainda está cheio de poemas, cânticos
confessa apreensões ou revela sonhos
da dentro da linfa, das cavidades do osso
Voz que duvida, que fala do que não sabe
que com as mãos se queda a queimar incenso
a vigiar que a chama da menorah perene arda
a oferecer os pães
que escreve febril o que o silêncio apenas sussurr
ao que a voz na laringe emudece
Que te diz e conta, Zacarias, a voz que te secou?
Voz que guarda e
burila a sabedoria
que decanta os segredos
confiados pelo anjo do Senhor
esculpidos no ventre da tua mulher
afinados em outra voz, a que clamará no deserto
Mas quanto melhor
não é,
como numa salva de prata uma maçã de ouro servida
é a voz irrompendo
finalmente instruída e madura
que fala
e canta os altos louvores do Senhor!
22/10/09
Poema de Rui Miguel Duarte
Evangelho de Lucas 1:20 (versão A Bíblia para todos, p. 2'44)
Para mãos que trabalham
sem uma língua treinada
o silêncio pode ser de ouro
ou de chumbo maciço
Porém, esse silêncio ainda fala
ainda está cheio de poemas, cânticos
confessa apreensões ou revela sonhos
da dentro da linfa, das cavidades do osso
Voz que duvida, que fala do que não sabe
que com as mãos se queda a queimar incenso
a vigiar que a chama da menorah perene arda
a oferecer os pães
que escreve febril o que o silêncio apenas sussurr
ao que a voz na laringe emudece
Que te diz e conta, Zacarias, a voz que te secou?
Voz que guarda e
burila a sabedoria
que decanta os segredos
confiados pelo anjo do Senhor
esculpidos no ventre da tua mulher
afinados em outra voz, a que clamará no deserto
Mas quanto melhor
não é,
como numa salva de prata uma maçã de ouro servida
é a voz irrompendo
finalmente instruída e madura
que fala
e canta os altos louvores do Senhor!
22/10/09
Poema de Rui Miguel Duarte
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