Tuesday, October 13, 2009

O Prado

Os nossos olhos dão o alarme
seria útil ter no bolso
a quarta dimensão
para ouvir tudo o que dizem
através dos séculos
as estátuas e os quadros

as Meninas fechadas
por Velázquez, em vão
esperamos a forquilha
do vento na carroça de feno
de Hieronymus

alheios a nós próprios
isso passa reflectido nos espelhos
e enterramo-nos no Museu
até à sonolência
que desce às nossas pernas.

1 comment:

Jacinto Lourenço said...

Quem me dera ir no teu poema, ao Prado!

Abraço