Wednesday, October 21, 2009

O Muro


Inédito do poeta, meu amigo e companheiro, Brissos Lino:

É o que resta da glória de antanho
pedras sobreviventes
que repousam sobre ricas memórias
salomónicas
que se deixam fecundar por bilhetinhos
de orações a Iavé
que se sentem tão importantes
que os homens se curvam
perante elas
compassadamente
pedras intocadas que resguardam
a tua história, ó Jerusalém
e esperam, tranquilas
o futuro dos profetas.
O muro do Templo
é feito de lágrimas amargas
e esperança de restauração.
19/10/09

1 comment:

rui miguel duarte said...

As pedras sentem-se tão importantes que os homens se curvam diante delas. Excelente e genial modo de ler esse gesto (que sempre me intrigou) dos orantes, compassadamente curvando as cabeças.