“No cerne da solidão
/ os olhos de Deus”
Joanyr de Oliveira
Se
vier, virá do cerne da solidão, do deserto
Das
areias cósmicas, do pó esplendente
Dos
cometas, se vier
Ancorará cansada o seu vórtice misterioso
No topo do mundo, no sono
Das
crianças, nos ramos dos pinheiros, alçará
Os
fonemas da alegria, se vier
Será
matéria para contar aos netos dos futuros netos
Matéria
disparada do etéreo, povoa
O
silêncio da noite, estrela que se revela do rebanho
De
outras estrelas, o seu canto
Só
os anjos acordados à sua própria voz
Conhecem. Mas canta realmente
Depois
de milénios a fio muda? O frio
Por
onde passa é cada vez mais
O
caminho, mas cante ou não
Vem
da direcção da luz.
17-12-2014
©
No comments:
Post a Comment